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Mostrando postagens de 2014

Sobre sumatras e homens

Quando meu filho ganhou um dinheiro da avó paterna para adquirir um aquário, confesso que não fiquei muito animada. Mas à medida que fui comprando as coisas e os peixinhos fui me empolgando com a ideia. É legal ouvir o barulho da água caindo da cascatinha ininterruptamente, digo até que é terapêutico. Também gosto de ficar olhando o comportamento dos peixinhos. Confesso que os comparo com pessoas conhecidas: têm aqueles mais bobinhos, os mais agressivos, aqueles que ficam “na dele”, os que só querem saber de comer... Entretanto, há um que me chama mais a atenção e é sobre ele que quero falar hoje. O sumatra. Não vou perder tempo aqui pesquisando e transcrevendo a sua espécie, características biológicas e físicas, tampouco vou mostrar uma foto dele. Quero apenas descrever o seu comportamento e o que tenho vivido com ele. Digo ele, mas na verdade, são eles, no plural. Vou nominá-los para que você, amigo leitor, não se perca em minha narrativa. No começo comprei Ichi

Não existimos fora das redes sociais

Já há algum tempo venho desconfiando que as relações humanas andam precárias. Ontem quis tirar a prova e fiquei triste em constatar que é verdade. Retirei a notificação do meu aniversário do Facebook e veja só a minha surpresa: apenas sete amigos se lembraram! Além deles, seis parentes, contando pai e mãe. Bem a que conclusão eu posso chegar? Ou que eu sou uma pessoa não muito querida, ou que todo mundo se apega à memória virtual das redes sociais para se lembrar das pessoas. Prefiro acreditar que seja a segunda. (carinha triste) Não fiz festa esse ano por falta de motivação, simplesmente as pessoas não comparecem. Você as convida a passar um momento com você e elas não vêm, muitas sequer agradecem o convite. Mas quando acontece, raramente, de as pessoas conseguirem se encontrar, elas não conversam entre si. É sempre mais interessante o que está lá fora, ao alcance das redes. Compreendam que não estou julgando ninguém. Eu mesma me comporto assim. Apenas critico essa nova forma de

Insanidade level hard

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Eu tenho uma quedinha por surtos. Sou o tipo de pessoa que aguenta muita coisa calada e, talvez por isso, sonho com meus dias de fúria. Agora mesmo estava revendo a cena desse filme aqui,só para, por catarse, me sentir vingada. No geral não sou vingativa, entretanto, às vezes, tenho vontade de fazer maldades insanas. Daquelas maldades tipo cortar a cueca que chegou suja de batom e aproveitar que já estou com a tesoura na mão e picotar as mangas das camisas, as camisetas de marca, as calças, bermudas, meias, gravatas... tudo! Deixá-lo com uma mão na frente e outra atrás... e, se algo mais aparecer sujo de batom, também vai para o espaço, seja o pescoço, o peito ou o pinto.  Outra situação hipotética em que traço todo um roteiro de descarga emocional vingativa é quando alguém fecha meu carro no estacionamento. Por duas vezes deixei recadinhos escritos com batom no vidro do carro depois de manobrar meu carro zilhões de vezes até conseguir tirá-lo do local. Recados leves do tip

Clarissa - Epílogo

" Querido Antonio, Quatro longas semanas se passaram desde que vim embora. Sua presença foi muito marcante em meus dias e ainda tenho a impressão de ouvir sua voz quando ando pelas ruas. Aqui no Brasil tudo permaneceu como eu deixei e a sensação que tenho é que o tempo parou quando parti. Enfim, sensações... Ontem fui visitar uma amiga, a Ana Paula, aquela jornalista que lhe falei, lembra? Que também é fotógrafa e tem um blog de crônicas. Ela tem um filhinho adorável e agora, por hobby, dedica horas do seus dias a cultivar plantinhas no seu quintal. Na nossa conversa ela me contou sobre sua experiência em plantar girassóis. Comprou as sementes, fez covas rasas, plantou-as com a ajuda do Pedrinho e esperou para ver suas lindas flores amarelas nascerem. Mas elas não nasceram. Quando foi verificar o que havia se sucedido, percebeu que os pássaros descobriram a farta comida guardada debaixo de uma fina camada de terra e comeram todas as sementes. Contudo, minha amiga não

Clarissa - Capítulo V: O Reencontro

Na semana em que completara 30 anos, Clarissa se deu um presente especial. Diante de tantas mudanças no visual e nas atitudes, sentiu a necessidade de mudar de ares. Resolveu ir para a Europa. Sua escola de francês tinha um programa de intercâmbio interessante e resolveu se inscrever para uma temporada de seis meses. Fez aqueles acordos trabalhistas escusos para pegar o FGTS e Seguro Desemprego e tratou de tirar seu passaporte. No dia da entrevista na Polícia Federal, quando a pessoa lhe perguntou por que estava indo para a Europa, sentiu o chão abrindo sob os seus pés e quis responder “Porque preciso disso. Porque preciso me reencontrar, sabe? Tive uma paixão não correspondida que me deixou muito entristecida e por causa dela sofri um acidente e por causa dela estou descobrindo coisas maravilhosas. E agora, senti que era hora de descobrir coisas maravilhosas fora do Brasil, por isso quero ir para a Europa.”  Todavia, na mesma velocidade em que o chão se abriu, ele se fechou e ela res

Clarissa - Capítulo IV: O Desgosto

Clavícula e costelas quebradas, Clarissa agora passava seus dias a assistir tevê. Lembrava-se apenas de alguns relances do acidente, nada conexo. Dias arrastados. Já não eram de muita emoção há tempos, mas agora, com sua mãe instalada dentro da sua casa para os cuidados necessários, a rotina tornou-se algo quase insuportável. Por um milésimo de segundo sentiu vontade de estar no balcão da farmácia... mas a vontade foi tão efêmera que voltou a se entreter com o seriado na tevê. E foi assim por dias, semanas e semanas. Alguns amigos mandavam mensagens de ânimo pelo Facebook ou pelo Whatsapp. Alguns poucos foram visitá-la em casa. Mas o que contribuiu de fato para o aumento da tristeza em seus dias acinzentados é que ele - por quem saíra de casa aquela noite, a razão de ter batido o carro, o homem para quem se declararia - não se importou com o estado dela. Ele não mandou mensagem no Facebook, nem no Whatsapp e nem foi vê-la. A hipótese de que ele não soube do acidente foi afastada,

Clarissa - Capítulo III: A Decisão

Não conseguia ver um palmo diante do seu nariz. Muita fumaça, muita mesmo. O vidro tornara-se uma parede fosca esbranquiçada. Assim era o banho de Clarissa. Habituada sempre a estar anuviada em pensamentos, as nuvens da fumaça quente do banheiro não a incomodavam nem um pouco. Pelo contrário, todo aquele mormaço causava-lhe um tremendo bem-estar. Sentia-se rodeada, abraçada e aquecida, tanto pelo vapor, quanto pela água quente caindo sobre seus ombros. Água quente esta que a fazia relaxar e entrar ainda mais em contato consigo. Naqueles instantes, passava o sabonete por todo o corpo e sentia-se... cada curva... se permitia tocar a sua pele e ter sensações e se conhecer... Escutava o barulho da água caindo e se permitia fazer uma viagem em seu infinito particular. Após o banho, uma inquietude tomou conta do seu coração. Um daqueles sentimentos que nos incomodam a todo momento e não nos deixam enquanto não lhe estancamos a origem. Ela precisava falar com ele. Era muita coisa represa

Clarissa - Capítulo II: O Arrependimento

Permaneceu no sofá por mais de uma hora, entre devaneios e saudades. Até que foi interrompida por uma dor forte, daquelas que são acometidas as pessoas que não comem há mais de cinco horas. De fato, deveria estar com fome. As quatro bolachinhas Mabel e o café do lanche há muito haviam virado quimo. Ai o café... Clarissa tem gastrite. Como um bichinho de estimação ela começou a se desenvolver por conta de um relacionamento mal sucedido há uns oito anos. Acordava, pensava nele e o estômago doía. Saia correndo para o banheiro para vomitar, mas nada saía além de um líquido amarelo e amargo... tão amarga quanto a sensação de pensar naquela relação que estava vivendo. Lembrou-se daqueles dias e se arrependeu. Por instantes, se perguntou como pôde levar por tanto tempo algo que lhe fazia tão mal? Levantou-se e foi para a cozinha preparar algo para comer. Podia fazer um bolo... mas sempre ficavam recobertos de mofo após o terceiro dia, pois não havia ninguém para comer com ela. Por isso C

Clarissa - Capítulo I: A Saudade

Clarissa chegou em casa mais pensativa do que o normal. Pensa muito, conclui demais... até mais do que deveria. Quisera Clarissa pensasse menos, concluísse menos, talvez tudo fosse mais claro. Mas ela tem melhorado. Tem se permitido sentir mais. Sentir a terra, sentir o vento, sentir o coração... Coração este que sempre revela tantas surpresas. Abriu a porta e ligou a lâmpada, encostou-se no portal e depois a apagou, ligou novamente e tornou a apagar, outra vez e outra vez... e o olhar parado fitava um móvel qualquer da sala. Resolveu deixá-la ligada. A luz lhe fazia bem. Hoje, ao chegar em casa tão pensativa, se jogou no sofá: pés para cima, mãos cruzadas atrás da cabeça. Fez um backup do seu dia, guardou as sensações boas, tirou as devidas lições das ruins e, como um astronauta solto no espaço, começou a pensar... Sentia saudade dele. Do toque, das mãos no seu cabelo, do peito em que se afagava, do olhar triste, das poucas palavras proferidas, das perguntas instigantes

Clarissa - a minissérie

Prólogo A Lorota da Rosa lança-se numa nova experiência. A partir de hoje inicia-se uma minissérie no meu blog.  Contarei nuances da vida de Clarissa. Faremos uma breve viagem ao interior de uma mulher prestes a completar 30 anos. Convido-o a conhecer seus medos, seus desejos e frustrações. Clarissa, ao contrário do que o nome indica, não possui ideias claras. Tudo em sua vida é um amontoado que se embaraça com fios dispersos. Mas ela quer mudar e, quem sabe você amigo leitor, possa colaborar nessa história que está apenas começando. Nasceu há 29 anos, numa cidade grande. Nunca conheceu o pai. A mãe lhe dizia que não valia a pena saber quem era. Que ele não prestava. E assim foi pela meninice, juventude e adultice: quando perguntavam sobre o pai, ela respondia apenas "não tenho". Não preciso nem destacar o que parece lógico: ela não se relacionava muito bem com homens. Nunca compreendeu como aquilo funcionava. Na escola, nem aplicada, nem relapsa, apenas sufi

A menina do aparelho

Sou fotógrafa. O quê? Você não sabia, amigo leitor? A bem da verdade, há tempos que não nos falamos com periodicidade, certo? Perdoe-me a minha falha. Sim, amigo, estou me aventurando pelo mundo da fotografia e com ela, o mundo dos eventos. Casamentos, aniversários, formaturas... essas trivialidades únicas (trivial para quem trabalha nelas, únicas para quem as vivencia). Mas meu rompante de escrever se deu agora, em que eu editava as fotos da festa de sábado passado. Vi a foto de uma adolescente de sorriso contido. Sabe aquele sorriso de boca fechada? Típico dos usuários de aparelhos ortodônticos? Pois é. Um sorriso contido é um pássaro que morre um pouco por dia dentro de uma gaiola.  Durante a festa passei na mesa em que a moça estava sentada e pedi para tirar uma foto dela com a mãe. Como precavida fotógrafa que sou, tirei duas fotos seguidas (afim de evitar piscadelas). Em ambas ela sorriu sem mostrar os dentes. Detalhe: ela tem a boca grande, com lábios grossos. Não ficou

Ensimesmarse

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Na canção "Nada por mim", do Kid Abelha, o sujeito queixoso reclama de um companheiro que não lhe retribui a dedicação empenhada e, portanto, ele tenta bater a real na outra pessoa e diz: "não vá pensando que eu sou seu". Infelizmente, gostaria que minha vida fosse menos complexa nesse aspecto. Ora estou de um lado contracenando com uma pessoa que me desdenha, ora estou de outro partindo o coração de alguém que me quer bem. Por quê? Eu me pergunto, por quê? Pooorr quêêê???? Seria tão mais simples amar e ser amado na mesma proporção. Sem cobranças, sem incertezas, sem rusguinhas, sem a pessoa se sentir "fácil demais". Pense comigo, nobre leitor, o quão bom seria se fôssemos programáveis. Sabe, quando você entra nesses ambientes automatizados em que basta dizer "luz ligar" e pluft! as luzes se acendem. Agora, imagine: "coração amar" e pronto. Deus, em sua infinita sabedoria, não quis nos poupar desse sofrimento do não controle das

Paradoxo

Já contei a vocês que tenho um fetiche por homens de All Star. Sim, homens. Não digo rapazes, meninos, crianças e, sim, homens. Aquele cara de seus 30 e poucos anos, que em vez daquele sapato preto sisudo calça um lindo tênis All Star cáqui ou preto. Não sei o real motivo. Fetiches são assim: inexplicáveis.  Ontem descobri um novo. Homens de terno pilotando moto. Uau!!! Passou por mim e não pude deixar de segui-lo com os olhos até onde a vista alcançou. Enquanto eu o observava tecia pensamentos de mim para mim mesma dizendo: que lindo! que paradoxal! que postura! que irreverência! Era uma moto grande, talvez uma Honda Bros. O que aumentou ainda mais a imponência daquele homem de terno, com a gravata esvoaçante. Imaginei-o descendo da moto na porta do seu trabalho. Talvez um advogado, ou um representante comercial, ou um político... não importa! Na minha imaginação ele descia da moto, tirava o capacete e, ao mesmo tempo que retirava a pasta do compartimento na garupa da moto, guard

Ser mãe do Pedro

Ser mãe do Pedro é uma dádiva! São tantas histórias, tantos ensinamentos, tantos embates que me transformam todos os dias. Cada coisinha bonitinha que ele faz, sinto vontade de congelar o tempo. Fotografar, filmar, gravar apenas não é o suficiente. Queria reviver a mesma emoção por várias vezes. Mas sentimentos são únicos, não é mesmo!? Só se sente o que sente apenas uma vez. Você pode ficar feliz com determinada circunstância, mas cada momento traz em si uma carga única que jamais será vivenciado de novo. Gosto tanto de você, leãozinho...

"Eu me remexo muito" ou "keep on moving"

Estava hoje a me recordar de quando escolhi o nome de meu filho. Simpatizava com o nome Pedro e nas buscas por significado na internet deparei-me com a seguinte definição: "Pedro Origem Aramaica Significado: Significa pedra. Sempre em busca da segurança, Pedro é um eterno inquieto. É perfeccionista e gentil por natureza, segue a sua intuição e sensibilidade, muito mais do que aparenta. Severo e reservado, tem os pés bem assentes na terra, racionalizando tudo, seja no trabalho ou na vida afetiva, de forma a alcançar posições firmes e relações estáveis. Desconfiado e hesitante no campo sentimental, opta mais pela razão do que pelo coração." Atente bem para a expressão “eterno inquieto”. Passa despercebida, não é mesmo? Mas saiba você que se eu tivesse apenas uma palavra para nomear o comportamento do meu rebento, eu o chamaria exatamente de inquieto. Não digo que meu filho seja hiperativo, mesmo porque não tenho conhecimentos para diagnosticar isso. Mas é um garoto adorável qu

A luz acabou

Destranquei a porta e teclei o interruptor da sala. A luz não se acendeu. Refiz o gesto três vezes e nem a minha insistência desesperada a fez mudar de ideia. A energia havia acabado, como já percebeu o atento amigo leitor.  Fiquei frustrada. Mas não me deixei abater. Peguei o celular no bolso e o liguei. Ah, celular... O que seria de mim sem você? Sempre tão presente, tão atencioso, tão, tão... tão necessário. Sua luminosidade me guiou até onde eu guardo as velas. E o fósforo? Onde estaria o fósforo? Uma vez que o fogo na minha casa provem somente do acendedor elétrico do fogão, nem me lembrava da última vez que havia pego um desses aqui em casa. Enfim, encontrei ambos e dei início à minha sessão romântica. Sim, porque não sei por que cargas d'água velas são sinônimo de romantismo! Então, iniciei a minha noite romântica comigo mesma. Meu primeiro ato romântico à luz de velas foi tirar os tênis. Claro, porque é preciso liberdade nas noites românticas! Sentei-me no sofá e com

Homens de pouca fé sucumbem ao anticristo

Gosto de ouvir o programa Missão Impossível da Jovem Pan. Ao ouvir as histórias contadas nele me sinto mais perto do senso comum e vejo que as pessoas têm enredos muito parecidos umas com as outras. Os apresentadores são razoáveis e conseguem manter o público (no caso, eu) cativo durante todo o programa. Entretanto, a motivação do post de hoje não é o programa em si, e sim, uma frase que sempre repetem: o Facebook é o anticristo dos relacionamentos. Uma estatística feita por um renomado instituto, o Any Paul Search and Research, aponta que de 10 términos de namoro pelo menos 5 são motivados pela rede social. Em segundo lugar, aparece o telefone celular com 30% dos casos. Acredita-se que com o crescimento estrondoso do uso do Whatsapp esse número poderá chegar a 45% do total. Mas o fato é o seguinte, onde há vigília o pecado não entra! Amigos, aprendam a usar as redes sociais! Elas não são ruins. Ruins somos nós no quesito fazer coisa errada. Quer fazer coisas proibidas? Po

Os 30 que mudaram a minha vida

A despeito do título já vou logo adiantando que ainda não sou uma balzaquiana e, portanto, os 30 que provocaram em mim uma mudança substancial não são os anos (estou próxima, mas ainda não cheguei lá). Também não são homens. Quem me dera tivesse histórias de 30 amores para contar. Mas se as tivesse já estaria com o sistema nervoso completamente comprometido.  Os 30 aos quais me refiro e que representam um marco na minha breve existência são 30 reais. Sim, nobre leitor. Quantos 30 reais você e eu já gastamos não é mesmo? Com coisas necessárias e outras nem tanto. Mas hoje ao caminhar por uma calçada e ver várias apostilas de concurso enfileiradas em frente à banca lembrei-me desse investimento de 30 reais feito em 2004 ou 2005 e que hoje me rendeu tudo (em termos materiais) que eu tenho. Decidi fazer o concurso para a Caixa Econômica Federal meio que no oba-oba. Todos os meus amigos estavam fazendo concurso e resolvi, meio que pra não ficar de fora, fazer também. Até então eu n

Pequenos prazeres

Dormir ouvindo barulho de chuva. Descalçar um sapato apertado. Acordar assustada porque o relógio não despertou e se lembrar que é domingo. Ouvir um eu te amo do filho inesperadamente. Olhar um passarinho no jardim. Tomar um banho quente em um dia frio. Cantar no chuveiro bem alto. Achar uma moedinha na rua. Chupar picolé de cajá com sal. Dormir de conchinha. Garanto que seria capaz de listar muitos outros.  Pequenos prazeres estão nos rodeando a todo momento e raramente os percebemos. Estamos tão encanados nos grandes prazeres que esquecemos dos cotidianos. Carro novo, viagem pra praia, viagem pro exterior, casa grande, roupas de marca, lugares sofisticados, comida requintada, corpão da hora e tudo o mais! Tenho tido o meu pequeno prazer especial. Voltei à minha infância e me recordo dos dias vividos no interior em que eu plantava e conversava com a plantinhas. Não tive outras crianças para brincar comigo, portanto, brincava sozinha no quintal. Observava

Posts

É curioso o ato de se expressar. Quando criei o blog queria apenas escrever. Dizer o que penso, contar histórias, lorotar... Mas hoje o blog é meio incômodo para mim, pois, as palavras uma vez lançadas não há como recolhê-las. Estou passando por um hearthstorm (neologismo meu para brainstorm de sentimentos) e sequer posso escrever coisas sobre ele aqui, porque tudo que eu disser, poderá ser usado contra mim no tribunal. Mas são coisas fantásticas! Que não deveriam ficar presas em mim! Bem, na verdade, são fantásticas para mim, para outros podem ser fúteis, sinceras demais, óbvias, inescrupulosas, hipócritas... vai do lugar que cada leitor ocupa no contexto. Por exemplo, numa situação hipotética de traição. O traído tem um ponto de vista revoltado, o traidor suas desculpas (esfarrapadas) e o puto (ou puta) o seu lugar de omissão, tipo, não tenho nada a ver com isso. Há parte da plateia que diz "ah, isso é normal" e outra parte dizendo "joga pedra na Geni".

Óculos pra que te quero?

Perdi meus óculos. Para quem usa óculos sabe a tragédia que isso representa. Primeiro, um ultraje moral, porque é lamentável se precisar de uma ferramenta para suprir aquilo que naturalmente o seu corpo já não faz mais. Solidarizo-me com os usuários de muletas, bengalas, aparelhos auditivos e outros. A nossa completude está associada a um objeto e isso é triste. O outro lado é o fático: eu não enxergo sem óculos. Sim, sim, são apenas dois graus de miopia, mas para mim representa muito! Sair sem óculos? Nem pensar! Já tenho fama de metida enxergando as pessoas, se não vê-las então, tô lascada! Sem falar da agonia de ver tudo embaçado, desfocado, tremido, borrado... como preferir.  Comecei a escrever esse post por uma situação engraçada: coloquei meu óculos em algum lugar, mas não me lembro onde. Não enxergo de longe o suficiente para ver se está em cima da cama, ou da pia, ou do sofá e, portanto, saio tateando os móveis. Que tristeza, meu Deus! Uma jovem de 28 anos tateando móveis.

Rescisão contratual

No ano passado manifestei o meu desejo de me demitir de algumas coisas. Continuo com o mesmo desejo. Ando cansada dos extremos. Pessoas radicais demais em suas opiniões não andam me interessando muito... nem aquelas que as trocam com se tirasse uma peça de roupa. Sentimentos pegajosos demais são enfadonhos... a falta deles me angustia. Trabalho complexo demais me torra os neurônios... já o simples me entedia. A fala alta me irrita... a baixa também...

Quão profundo é o seu amor?

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O assunto casamento é recorrente neste blog. Talvez eu possa parecer a raposa desdenhando as uvas, dizendo que estão verdes e tal... Mas a verdade é que o casamento é algo que vejo cada dia com olhinhos mais céticos e distantes. Se eu disser que não quero casar de jeito nenhum, obviamente estarei mentindo. Sou adepta do novo e quase tudo que ainda não experimentei desperta em mim certa dose de curiosidade. Todavia, vejo o matrimônio como algo difícil de ser realizado. Não pela minha idade, porque vejo gente de todas as idades se casando todos os dias e graças ao bom Santo Antônio, idade não é mais fator determinante para ninguém. Também não é o fato de ter meu filho, que como bem diz o pronome possessivo, é MEU e não seria incumbência nem estorvo para um eventual marido. Possivelmente um fator impactante para o não casamento seria a indisponibilidade masculina. Os homens não querem se casar. Mas isso é assunto para outro post. Hoje eu quero falar mesmo é do raro momento em que eu te