Paradoxo

Já contei a vocês que tenho um fetiche por homens de All Star. Sim, homens. Não digo rapazes, meninos, crianças e, sim, homens. Aquele cara de seus 30 e poucos anos, que em vez daquele sapato preto sisudo calça um lindo tênis All Star cáqui ou preto. Não sei o real motivo. Fetiches são assim: inexplicáveis. 

Ontem descobri um novo. Homens de terno pilotando moto. Uau!!! Passou por mim e não pude deixar de segui-lo com os olhos até onde a vista alcançou. Enquanto eu o observava tecia pensamentos de mim para mim mesma dizendo: que lindo! que paradoxal! que postura! que irreverência! Era uma moto grande, talvez uma Honda Bros. O que aumentou ainda mais a imponência daquele homem de terno, com a gravata esvoaçante. Imaginei-o descendo da moto na porta do seu trabalho. Talvez um advogado, ou um representante comercial, ou um político... não importa! Na minha imaginação ele descia da moto, tirava o capacete e, ao mesmo tempo que retirava a pasta do compartimento na garupa da moto, guardava-o lá dentro. Passava a mão pelos cabelos, nem curtos, nem longos. Uma breve olhada no retrovisor. Ajeitava a gravata e adentrava.

Acho que meu interesse está no fato de não esperarmos que alguém de terno ande de moto. Engravatados andam de carro e quanto mais luxuoso o carro, maior o nosso (meu) descaso. É trivial um homem de terno pilotando um Azzera, por exemplo.

Está provado. Meu olhar sucumbe sempre ao inesperado. Não ao bizarro, mas ao estiloso. Aquele que se impõe, que chega e pá: cheguei!

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