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Mostrando postagens de agosto, 2011

Emoção, fome e música

Ontem eu tive inspiração para três posts! Mas em vez de parcelá-los falarei brevemente de cada um deles. Sou filha única e, portanto, lido muito bem com a solidão. Nos (raros) momentos em que me dou ao luxo de ficar sozinha penso, observo e descubro coisas novas. Ontem me proporcionei o prazer de ir ao cinema sozinha. Aaahh... Ir ao cinema sozinha... Que delícia... O que para alguns é meio deprimente, para mim é um momento de descobertas. (...) Por exemplo, descobri que filmes de comédia me fazem chorar. Posso parecer um pouco carrancuda e seca às vezes, mas o fato é que sou muito emotiva e sensível, só que disfarço bem pra não dar o braço a torcer (sou libriana, quaaase escorpionina). Eu assisti ao filme dos Smurfs. Sim, relembrar é viver! Sim, é do meu tempo! Sim, eu sou saudosista mesmo! E daí? Enfim, o filme retrata as dificuldades que os pequenos seres azuis (em Nova York) passam ao tentar retornar para sua Floresta Encantada. Mas o que me chamou a atenção mesmo e me fez sol

Trânsito VI: transporte público coletivo

[A segunda opção de título seria Coletivo de merda: transporte público ] O tal do coletivo é uma merda! Perdoe-me a expressão, mas é mesmo. É por isso que o trânsito anda essa merda, perdoe-me novamente. Não conheço uma pessoa sequer que utiliza o transporte público coletivo porque gosta. Só andam nessa joça porque não têm outro meio de transporte ou porque fica mais em conta financeiramente. Desde os tempos da faculdade eu sou indignada com motoristas de ônibus, passageiros de ônibus, bancos de ônibus, tudo! Tudo! Como eu morava relativamente perto do campus, muitas das vezes, os motoristas nem paravam para eu entrar naquela compota de estudantes e trabalhadores. Eles faziam apenas aquele sinalzinho como a mão juntando os dedos na vertical por várias vezes (aquele sinal que fazemos pra dizer que tá cheio). Eu morria de raiva! EU SABIA QUE ESTAVA CHEIO, MAS QUERIA ENTRAR ASSIM MESMO, PORQUE EU TINHA AULA! Ou eu saia de casa meia hora mais cedo para conseguir entrar na droga do ôn

Conjugação verbal

Mamãe lavando vasilha na cozinha, Pedro na sala próximo à porta aberta. -Mamãe, pota. -O quê, meu filho? - respondo sem me virar. -Mamãe, pota! -Ah, tá... A porta... -Mãe! Ó, pota! -Tá bom, filho. Mamãe já viu a porta. -Mamanhêê, poootaaa! -Quê que tem a porta, meu amor? (Páááá!) - barulho da porta batendo. -Iiihh, potô...

Eu tenho saudade. Você não tem?

A exemplo de um grande amigo meu que sofre de lonjura, eu sofro de ausência. Sou muito apegada e saudosista. Gosto de ficar lembrando de bons momentos que vivi com boas pessoas. Por exemplo, eu tenho uma saudade danada da minha turma do prézinho. Se eu pudesse convocaria todo mundo pra uma festinha, estilo aquelas que fazíamos em que as meninas levavam salgadinhos, o meninos, refrigerantes, a tia dava o bolo (não literalmente) e o Japão levava os picolés da sorveteria do pai dele. O mais legal era saber que quando ia ter festinha o pai do Japão, por livre e espontânea pressão, doava 32 picolés para a nossa turma. E no final, a gente tinha sempre de levar um pouquinho pra mamãe num copinho de plástico. Era como um ritual pós-festa. Por falar em ritual pós-festa, tenho saudade também do tempo em que saía com meus amigos sem ter hora para voltar pra casa. Quando chegávamos sorrateiramente de madrugada, pensando que ninguém estava nos ouvindo. Também sinto falta de fazer serenata com o

O ipê-amarelo da estrada

Dirigir na maioria das vezes é um saco! Ao menos para mim, que não sou muito adepta a dividir espaços. Mas em raras circunstâncias o ato de dirigir nos proporciona sensações maravilhosas. Nesses últimos dias tenho observado os ipês-amarelos ao longo da estrada para o meu trabalho. Aqui, nesse cerradão de meu Deus, o tempo seco é um tanto quanto rigoroso. É um poeirão, não tem umidade no ar, faz um calor da muléstia e as coisas ficam todas acinzentadas. Mas eis que o ipê-amarelo chama a atenção. Entremeio às árvores de pequeno porte, contorcidas, de folhas embaçadas e o capim marrom-amarelado surgem as flores de um amarelo tão vivaz, vívido, vislumbrante que vivifica qualquer ser vivente que passa por ali (aqueles que se dão ao luxo de olhar ao redor, é claro, pois há pessoas que só enxergam o negro do asfalto quando dirigem). Quando vejo aqueles ipês... amarelinhos... se destacando na paisagem, meu coração se enche de alegria. Como se Deus sussurasse no meu ouvido "tá vendo? e

A dádiva

Eu amo o meu filho. Isso é um clichê porque qual mãe não ama o filho incondicionalmente? Mas estou falando de MÃE, mãe mesmo, mãe de verdade! Pois há mulheres por aí que simplesmente se dão ao trabalho de gerar e parir e soltam os bichinhos no mundo sem dar-lhes o mínimo que eles merecem por serem também filhos de Deus. Nem gastarei o meu francês falando dessas vadias desnaturadas que abandonam os filhos ou não cuidam deles. Vou me resumir em falar da minha experiência com a maternidade, que, sem dúvida alguma, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos 25 anos. Não costumo dizer que tive uma gravidez indesejada (acredito que palavras ruins atraem coisas ruins), digo apenas que ela não foi planejada por nós. Contudo, foi perfeitamente planejada por Deus. Quando engravidei me perguntava muito "por quê? por quê, Deus? por quêêê foi acontecer comigo?". Não explicitarei detalhes técnicos da concepção pois não é adequado falar sobre isso em um blog, mas adianto que sou

Já pensou se você fosse adotado?

Acabei de chegar da feira. Comi um delicioso peixe frito, dois espetinhos, uma pamonha e duas cervejas. Mas o importante não é isso. Eu quero falar sobre o que a dona da banca me contou e que me fez refletir por alguns segundos e, por fim, postar aqui. -Você só tem esse? -Ah, sim! Um filho já dá muito trabalho... -Eu tenho três! Um de 14, outro de 12 e uma de 6! Essa última é muito inteligente! Ela é adotada, mas ainda não sabe, não, sabe? E saiu para atender outra mesa. Fique me perguntando como seria contar para uma criança que ela é adotada. Que não é filha de sangue, apenas de criação. Comecei a me perguntar um monte de coisas... É mais importante quem pare ou quem cria? Os laços afetivos são menos importantes que os genéticos? Como essa menina receberia essa notícia? Qual seria o impacto de uma informação desse nível na vida de alguém? Nossa! Me perguntei tanta coisa! Me coloquei no lugar dessa mulher. No lugar da menina. No lugar da mãe sanguínea. Dos irmãos... Há pessoa

Olimpíadas: Arremesso de celular

Estou começando uma série de postagens novas. São sugestões de modalidades olímpicas que inventei. A primeira é, sem dúvida, a mais legal: arremesso de celular à distância. Quem nunca teve vontade de jogar o celular bem longe ao menos uma vez na vida? Seja por ter recebido aquela ligação/mensagem desagradável ou por não ter recebido aquela tão esperada. Ou por ter te despertado na melhor parte do sonho. Ou por ter visto algo de que não gostou no celular do namorado/peguete. Ou, simplesmente, por não deixar você fazer o seu trabalho. Adoro tecnologia! Apesar do fetiche por coisas antigas. Mas o celular tem se revelado uma benção e uma praga ao mesmo tempo! No banco a nossa relação com celular é péssima. Somos obrigados a atender dezenas de pessoas o mais rápido possível e o cliente pensa que só porque esperou quarenta minutinhos na fila não deve ter respeito com os demais. Acontece muito que o cliente chega ao meu guichê falando ao celular e quer que eu espere ele terminar de falar

Culinária: Lagarto ao Molho Madeira

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Mais uma vez a Fantástica Cozinha de Ana Rosa Lorota vem nos presentear com uma receita di-vi-na. Depois do sucesso da Galinha Recheada , chegou a vez de aprendermos como se faz um maa-raa-vi-lho-so Lagarto ao Molho Madeira (letras iniciais maiúsculas dão mais pompa ao prato, acho que inclusive vou afrancesar o seu nome para Lagartò au Sauce Madère ). Primeiro passo: escolher o lagarto, - veja bem, eu disse lagartO , não me apareça com uma lagartA , pelo amor de Deus! - de preferência um bem gordo. Pode ser daqueles que andam no muro, ou aqueles verdões que cavam buracos no quintal... a versão branca de parede (vulgo: largatixa ) não é muito apropriada para o prato... o ideal mesmo seria um teiú , mas está cada dia mais difícil conseguir um desses... Os importados também são excelentes. Muito cuidado ao abatê-lo para não prejudicar a aparência na hora da montagem do prato. Abra-o pela barriga porque a pele do dorso é suculentíssima . Não descame. Tempere com alho, sal e limão

Quem será o Alemão?

Há uma pessoa na Alemanha que visita o meu blog às vezes. Acredito que não seja um alemão ou uma alemã. Mas não faço ideia de quem seja e fico curiosíssima em saber. Imagino um brasileiro (ou brasileira) que me conhece e de vez em quando pensa: vou lá ver o que a Ana anda escrevendo... Todavia eu não conheço ninguém na Alemanha!!! Já tive amigos na Áustria! Tenho amigos nos EUA, na Itália e em ilhas paradisíacas perto do Japão... Mas Alemanha??? Quem será? Quem seráááá???

Um mundo de possibilidades infinitas

Você já agradeceu a Deus hoje? Se lembrou de agradecer por tudo que tem e por aquilo que não tem também? Agradeça se tiver uma espinha na testa e agradeça por não ter um câncer de pele. Agradeça por andar de carro e agradeça por não andar em uma cadeira de rodas. Agradeça por poder ver aquele rapazinho que você estava tão afim saindo com outra. Melhor ver isso do que não ver nada. Sei que pareço um pouco trágica, contudo é preciso cair na real e constatarmos que temos uma vida perfeita. E que tudo que é ruim, pode sim ser piorado. E quando passamos da insatisfação para a gratidão a nossa vida melhora sobremaneira. Se você tem problemas financeiros, em vez de falar a todo momento que está endividado, que seu dinheiro não rende e que ganha pouco, experimente agradecer de coração por aquele salário que Deus te proporcionou naquele mês. Faça isso três meses seguidos e depois me conte o resultado.

Peripécias do caixa

Todo mundo já teve sua identidade botada à prova em alguma ocasião. Por diversas vezes temos de passar por circunstâncias em que somos questionados se nós somos nós mesmos. Por exemplo, quando vamos fazer um vestibular, ou entrar em um recinto restrito, ou o melhor de todos: quando vamos sacar dinheiro em um banco. Adoro esse último porque eu sou o algoz da questão. Sou eu quem olho para a pessoa com cara de desconfiada e a deixo toda constrangida. O sujeito se aproxima do meu caixa: -Bom dia. Pois não? -Quero fazer um saque. -Me empresta sua identidade e o cartão da conta, por favor. Entrega-me a identidade. Olho para a foto e para ele, para a foto e para ele, para a foto e para ele. Normalmente na segunda vez ele dá um sorrisinho. Não sei porque as pessoas riem quando fazemos isso. Parece um impulso! Quase todos riem! Será que pensam que devem ser simpáticos para que eu os reconheça na foto? O que na verdade é uma incoerência, porque ninguém fica simpático em foto de identidade.

Rotina e antiguidades

Perdoem-me a ausência. Mas de tempos em tempos acontecem coisas na vida da gente que nos tiram um pouco da rotina. Infelizmente não poderei partilhar aqui com vocês as mudanças que têm ocorrido ultimamente. Não que vocês não mereçam saber da minha vida interessantíssima - sim a minha vida é muito interessante, tá? ao menos para mim... Pode ser que para vocês pareça chato acordar, brincar com o filho, cuidar da casa, ir trabalhar no caixa de um banco, voltar, brincar com o filho e dormir. Contudo, são os pormenores que tornam tudo muito interessante. Por exemplo, eu vejo crônicas em todas as situações: quando estou no carro, ou brincando com o menino, ou atendendo ou conversando com alguém. Tenho vontade de escrever sobre todas as pequenas coisas do meu cotidiano . Então por que não escreve, Ana Paula? Às vezes, por falta de tempo, às vezes por não me lembrar sobre o que eu queria escrever... Perda de memória recente, como a Dora de Procurando Nemo. Deveria andar com um bloquinho

Casa de "Dança"

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Perguntar ofende, sim!

Eu acho uma tremenda palhaçada quem fala que perguntar não ofende. Ofende, sim! E muito, dependendo da circunstância. Hoje, por exemplo, coloquei uma batinha para ir trabalhar. Duas pessoas me perguntaram se eu estava grávida!!! É a morte para uma mulher perguntarem se ela está grávida! Nessa pergunta vêm embutidas a seguintes falas: você está meio gordinha ou tá barrigudinha, hein? Até para mim que sou magrinha essas falas tem cunho ofensivo, por mais que sejam ditas de forma carinhosa (como foram). Depois que tive meu filho, fiquei com uma protuberânciazinha abdominal que não consigo remover por nada nesse mundo - tá certo que até agora só tentei preces... e nada de exercícios, dietas ou massagens, mas tenho enviado muitas vibrações para que ela me deixe. Enfim, uma dica para os homens: sejam cavalheiros e jamais pergunte se uma mulher está gestante, por mais redonda que ela pareça. Para as mulheres: não sejam sarcásticas a ponto de estragar o dia de outra. Aqui estão mais alguns exe