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Mostrando postagens de agosto, 2013

Papel de presente ou papelão?

Conversando com um amigo, ele brincou:  -Gostaria de ser um papel de presente, assim todos olhariam para mim e ficariam felizes. Eu sou uma caixa de papelão que as pessoas querem logo abrir pra ver o que tem dentro, ou querem me usar para carregar coisas, uns me jogam fora, outros me catam na rua para revender. A interessante metáfora do meu amigo me fez refletir um pouco. Somos papel de presente ou uma caixa de papelão? Vou limitar a minha interpretação à canção do O Teatro Mágico, que expressou lindamente esse sentimento em "Cidadão de Papelão". O cara que catava papelão pediu Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz Nem terno, nem tampouco ternura À margem de toda rua, sem identificação, sei não Um homem de pedra, de pó, de pé no chão De pé na cova, sem vocação, sem convicção À margem de toda candura À margem de toda candura À margem de toda candura Um cara, um papo, um sopapo, um papelão Cria a dor, cria e atura Cria a dor, cri

Don't take my hand

O Facebook é um grande conselheiro.  Tiro muitos conselhos sábios de lá. Ontem mesmo li o seguinte "Durma com ideias e acorde com atitudes." Estou prestes a tomar uma atitude, com um delay de... digamos... uns dez anos... Nesse momento o ditado "Antes tarde do que nunca" faz todo o sentido do mundo. Mas preciso confessar uma coisa: tenho medo. Tenho medo do que é novo. Tenho medo dos sentimentos com os quais não consigo lidar. Tenho medo da opinião alheia. E, hoje, no discurso de uma colega do trabalho que se aposentou, veio mais uma frase para somar a esse turbilhão pelo qual estou passando nesse momento. A colega disse mais ou menos assim: eu queria sair daqui à francesa, sem ser notada, sem ter de passar por esse momento aqui, emocionada, despedindo de vocês. Entretanto, eu me lembrei que nunca fugi de nada da minha vida e não é agora que vou fazer isso, nesse momento tão especial para mim. Agradeço a Deus por ter tomado essa decisão, porque me sinto muito

Suicídio sentimental

Ultimamente tenho tido dores no peito, falta de ar, calafrios na barriga, nós na garganta... São sintomas recorrentes de uma alma presa. São sintomas de uma pessoa presa em orgulho. Mas não quero soltá-los. Meus sentimentos soltos são tolos demais, frágeis demais. Ninguém os valoriza, ninguém os leva a sério. Prefiro assim: todos presos dentro de mim, me causando desconfortos e me tirando a paz. Libertar sentimentos soa como fraqueza... e se tem uma coisa que eu não sou é fraca. Fui forte o bastante pra suportar até aqui e vou permanecer suportando... e definhando... e me enclausurando... e sofrendo. Eu até gostaria de dizê-los, mas para todos que escolhi revelá-los se opuseram a me ouvir. Eu disse ouvir. Porque escutar, até as pedras escutam.  Sentimentos, fiquem todos aqui no meu peito e permaneçam me esfaqueando de dentro pra fora. Sigam a sua metástase e me levem à sucumbência, se é isso que querem.

Minha viagem à Chapada

Quando recebi o convite para conhecer o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros já estava com outra pequena viagem marcada com algumas amigas. Confesso que não gosto de viajar dois finais de semana seguidos. Entretanto, era um senhor convite. Um daqueles que aparecem raramente e, melhor ainda, tinha chances de dar certo. Sim, vamos. Tenho de reconhecer que não poderia ter ido em companhia melhor. Uma pessoa amável, educada, disposta (e bota disposição aí, porque eu jamais seria capaz de dirigir todos os quilômetros que ele dirigiu!), zelosa e inteligente. Realmente uma ótima companhia. As belezas naturais do lugar são inegáveis. A simplicidade do povo interiorano, a misticidade do local e a tranquilidade que o ar puro nos traz é um refresco para a alma e a mente atribulada. Lamentei somente não termos mais dias para desfrutar daquele paraíso. Tantos lugares ainda ficaram por conhecer. Coisas novas para experimentar. Um convite ao retorno. Os Kalungas - comunidade quilombo

Instavida

Para gostar de uma pessoa, precisamos gostar de seus defeitos também? Precisamos aceitá-los e aplaudi-los? Bem, se a resposta for não, sinto-me à vontade para partilhar com você esse texto. Se for sim, pode parar de ler por aqui mesmo, porque certamente você não irá gostar do que vai ler. A minha implicância do dia se refere às pessoas que eu amo de paixão, mas que me irritam profundamente ao postar todas as suas refeições no Facebook ou Instagram. Não imagino de onde surgiu essa propulsão que as pessoas têm de comer uma coisa bonita, aparentemente gostosa e querer mostrar pra todo mundo o que está comendo! Aliás, hoje, o que não é postado parece que não existiu, né? Fico imaginando como esses meus amigos ficariam tristes se não pudessem postar a comida deles: -Humm... puxa... Não quero nem comer, perdi a vontade... O Instagram está fora do ar! E agora como vou mostrar pra todo mundo essa batatinha orgânica que fritei no óleo de canola argentino com cubinhos de bacon de jav