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Mostrando postagens de 2015

A redenção do álcool

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-Oi, sumida! Tudo jóia? -Tudo. E você? -É impressão minha ou você engordou um pouquinho? -Sim, engordei uns seis quilos. Esse diálogo foi travado entre mim e o marido de uma amiga. Para a maioria das mulheres seria motivo de ódio e tristeza alternadamente, mas para mim, essa situação - que é relativamente nova - não me incomoda (muito). Na verdade, não me incomodaria nada se a gordura recém-adquirida não se concentrasse toda na barriga. Até que uns seis quilinhos me fariam bem, se quatro deles não fossem responsáveis por aumentar meu trem de pouso abdominal substancialmente. Sim, por que eu não tenho pneuzinho, eu tenho o Boneco Michelin habitando dentro de mim e não há regime exorcista que o tire! Deixemos essa nova condição obesa para lá e voltemos ao assunto que eu queria falar de verdade. O mercado precisa vender seus produtos, certo? E para isso, ele lança mão de diversos artifícios do mais apurado marketing para nos convencer de que precisamos mais do que tudo da

Por favor, não enfie a mão no saco!

Não gosto de reclamar em restaurantes. Tenho sempre a impressão que alguém vai me sabotar com uma bela cusparada na minha comida. Todavia, não há trollagem maior do que aquela que a gente vê ao vivo e à cores. Eu compro pão em uma padaria cujos atendentes são muito educados e estão sempre de bom humor - talvez esse seja o motivo de eu ainda preferir comprar lá. As quitandas não guardam nada de excepcional e o preço é salgado, entretanto, o "bom dia" entusiasmado e o "tenha um excelente dia" ao sair, de certa forma me motivam. Seria corriqueira a situação se eu não travasse uma briga comigo todos os dias quando vejo o bendito homem enfiar a mão no saco! Sim! Aquele mesmo saco que em segundos abrigará meus pãezinhos franceses é primeiramente batizado com a mão do atendente que insiste em abri-lo assim antes de soltar os pães - pegos com um pegador - lá dentro. Ora! Se ele já pôs a mão lá dentro mesmo, o que o impediria de pegar meus (argh!) pães com ela també

Atrás do próprio rabo

Quem nunca se divertiu observando um cachorro girar e girar correndo atrás do próprio rabo? Pois, olha, não tem nada de divertido nisso... ao menos para o cachorro, não. Tenho me sentido meio cadela ultimamente. Saio obstinada atrás dos meus objetivos, mas não compreendo a razão, não consigo alcançá-los. Faço um esforço danado durante todo o dia, para cumprir alguns afazeres, entretanto sinto que aqueles que eu gostaria ou deveria mesmo realizar, não os realizei. A frustração vem do fato de estar sempre apagando incêndios, sem tempo para construir nada. Sem um tempo só meu, ao qual eu não tenha que, por obrigações morais, sociais ou afetivas, dedicá-los a amigos, filho, pais, parentes, namorado, colegas, peixes, coelhos, casa, carro, etc. É isso! Plantamos coisas demais e depois nos falta tempo para as colheitas que desejamos. Quero ter um quintal lindo, uma casa impecável, um filho educado, um namorado presente, meus pais próximos a mim, fazer meu trabalho corretamente, t

Antes só do que mal gramaticada

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Conversava hoje com uma amiga e trocávamos situações bizarras de redes sociais envolvendo rapazes. Uhum, rapazes, falamos, sim, sobre vocês... Às vezes, bem... mas na maioria delas, falamos mal mesmo. Nos queixamos do quanto vocês andam acomodados, de que não se fazem mais homens como antigamente e da forma como vêm tratando as mulheres. Mas esse assunto fica para outra hora. As redes sociais nos aproximam em alguns aspectos e nos distanciam em outros. Por exemplo, quando leio um erro grotesco de português dou um salto para trás - literalmente. E olha que são muito frequentes! Antigamente as pessoas se casavam sem saber como o outro escrevia. Hoje a nossa ortografia é nosso cartão de visita.  Um " o que tá fazendo de bom ", ou aquele "mim" antes do verbo, ou vírgulas engolidas - interrogações eu até relevo, pois eu mesmo engulo algumas... São coisinhas que me deixam levemente descrente em uma conversa. Mas há situações mais radicais: e ai gata vc sumiu

Idiota no trânsito (e em qualquer lugar)

Frequentemente me sinto uma idiota no trânsito . Mas hoje quero falar das vezes que passo por idiota ao volante, simplesmente por me deixar levar pelos meus impulsos. Impulsos esses que já me fizeram fazer muita besteira na vida.   (Nota mental: aprender a lidar com impulsos.) A situação que me constrange mais no trânsito é quando alguém está dirigindo pachorrentamente à minha frente, como se o dia dele tivesse mais horas que o meu, e que, em algumas situações, eu pisco o farol para ele sair da minha frente, ou acelero forte meio que para dizer "se você não tem pressa, eu tenho". Daí, acontece que ultrapasso o tal carro lerdo, olho com cara de poucos amigos para o motorista - um bossal que não está nem ligando para a opinião alheia - e sigo adiante... acelerando envenenadamente... até que... surge um semáforo fechado. Putz! O bossal em seu carro bossal para ao meu lado.  De que adiantou tanta energia gasta, tanto esbravejamento, tantos pensamentos ruins? Sou mesmo um

Ente, pra quê te quero?

Um colega meu sempre dizia que tudo que termina em ente é ruim ou dá trabalho. Aí começava: gerente, cliente, parente... Entusiasmada com o seu bom humor, eu continuava a lista: paciente, demente, dor de dente, serpente, reincidente, absorvente, doente, cadente, oponente... Sabemos que há inúmeras palavras que caracterizariam essa regra. Todavia, hoje vim falar de uma em especial: crente. Perdoem-me meus amigos evangélicos, vocês sabem que eu os amo demais, mas há uns tipos de crente que têm o dom. O dom de ser inconveniente. É preciso falar de Jesus? Sim, é! Ele está voltando? Sim, está! Só que eu peço uma coisa, uma coisinha só, bem pititiquinha... Não me evangelize domingo à tarde depois do almoço. (suspiro) Domingo é aquele dia preguiçoso, né? Em que deixamos o ócio tomar conta de nós. Ao menos, eu não me sinto obrigada a ser produtiva no domingo. Pois bem. Meu filho e eu saímos para almoçar. Comi como uma clériga, tomei minha cervejinha, um docinho pra rebater e zarpamos

Good job, girl!

Sabe aqueles desenhos animados em que a personagem anda por uma estrada com dezenas de placas dizendo "não vá por aí"? Tipo, cuidado, rua sem saída, volte, eu avisei... E mesmo assim a personagem insiste em ir. Costumo dizer que é o antagonismo que move os desenhos animados, eles são permeados de coisas e situações ilógicas. Senti-me assim hoje por um breve momento. Permita-me um breve retrospecto. Desde criança tive aptidão para a escrita, gostava de ler e inventar histórias. Quando eu era adolescente tinha muita facilidade para falar em público e apresentar pecinhas teatrais na escola. Pedi um violão de presente de 15 anos. Sempre manuseei qualquer tipo de ferramenta com destreza. Enfim, ao longo desses 29 anos tratei de aprender de tudo um pouco - dentro do que me interessa, é claro, porque sou uma negação em moda, por exemplo. E, assim, fui me tornando uma generalista. Essas pessoas que sabem de tudo um pouco e não se especializam em nada - e me sinto confortável em

Meu adorável Dono de Estabelecimento Comercial

Quando Deus me projetou ele devia estar muito bem-humorado e pensou "Vou experimentar algo diferente hoje, vou fazer uma pessoa meio fora dos padrões pra ver no que dá." E eis que eu vim ao mundo: com cabelo liso e ideias enroladas dentro da cabeça. Hoje quero falar de uma, entre muitas coisas, que acho linda. Já falei da minha queda por homens de All Star e de ternos esvoaçantes em motocicletas, mas essa semana me dei conta de uma outra coisa que também sempre me chamou a atenção, entretanto nunca havia lhe dado o devido valor. Trata-se nada mais, nada menos que Donos de Estabelecimentos Comerciais. Quando adentramos em uma loja, normalmente somos atendidos por vendedores descompromissados, sem motivação e que, consequentemente, me fazem sair da loja menos interessada em determinado produto do que quando entrei. Todavia, às vezes, tenho a tremenda sorte de ser atendida por quem realmente entende do assunto e que quer (muito) que eu compre aquele produto. Por exemplo,

Uva páscoa

Certa vez um colega me disse que não temos consciência da educação que damos aos nossos filhos até que alguém nos dê um feedback, do tipo, "nossa! seu filho é tão educado!". Hoje escrevo o texto para discordar do meu amigo. Sim, eu tenho noção da educação que tenho dado ao meu filho. Olha, é uma árdua tarefa de repetição, viu? Falar todos os dias a mesma coisa, a mesma coisa, a mesma coisa... Mas uma hora, quase que por um passe de mágica, você para de repetir aquilo com o passar dos dias. -Filho, coloque o copo sobre a pia. -Filho, onde você colocou o copo? -Filho, por que esse copo está no sofá? -Pedro, pegue esse copo e o coloque na pia agora! -Filho... Ops! Não... nada não... - esse é o momento em que eu vejo que o copo está na pia. Por essas e por outras eu ainda tenho esperança nos homens. Não há nada que a paciência e a perseverança não possa mudar. Outra situação lindíssima em que eu pude me ver refletida e contemplei parte da minha obra-prima inacabada

Isso também passa

  Isso também passa...

Se a vida lhe der limões...

O prático - Faço uma limonada. O revoltado - Enfia esses limões no seu cu. O agradecido - Ó, puxa! Limões! Eu adoro limões! Obrigada! O humilde - Não precisava... Que lindos limões... O conformado - Ok. Dê-me cá os limões. O inconformado - Eu não queria limões! Nunca pedi limões! Queria mesmo era laranja-lima! Mas se por acaso a vida resolve lhe tomar os limões de volta: O prático - Já fiz a limonada e já bebi. O revoltado - Não precisa levar tão a sério o que eu disse... O agradecido - Ah, mas eu havia me apegado tanto a eles... O humilde - Certamente eles estarão melhor com você. O conformado - Tudo bem, pode levar os limões. O inconformado - Agora que me acostumei a ter limões, vem você e os toma de mim?! Ah, vá! (Post em construção...)

Lições da escola

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Ainda sobre material escolar, gostaria de compartilhar com vocês mais um recorte da minha infância pobre. Antes de começar, quero esclarecer que quando conto episódios tais como o de hoje, a intenção não é outra senão demonstrar a vocês o quanto sou grata pela educação que tive. Fui criada com muito pouco e, por isso, hoje sei valorizar tudo que tenho. Pois bem, a passagem da qual me recordei enquanto encapava os livros do meu pequeno é que quando eu comecei a estudar, ganhávamos do Governo um caderninho, um lápis e uma borracha. O caderninho era pequeno e de capa mole, com o  Hino Nacional na contra-capa. Mas para nós, era o máximo ganhar um caderno, um mimo. Fazíamos margem nele com caneta vermelha e o encapávamos. Aí que entra a parte mais bacana. O senhor, nobre leitor, acha que nós - estudantes de escola pública, no início dos anos 90, leia-se início da Era Collor - dispúnhamos de quaisquer recursos para comprar plástico para encapar livros e cadernos? Chegava ser heresia cog

Ajustando as margens

Neste exato momento em que escrevo esse texto, minha impressora está a imprimir as margens no caderno de desenho do meu filho. Sim. Ano passado tive a brilhante ideia de desencadernar o caderno e imprimir as margens nas folhas, em vez de ficar fazendo traços com caneta e régua. Fico ligeiramente orgulhosa de mim com esse arranjo produtivo, todavia nem tudo são flores no mundo das ideias (e em outros mundos também). Tive de fazer 12 experimentos até chegar ao resultado em que eu pretendia, entre espessura, cor, alinhamento e distância. Fiquei nervosa, gritei com o computador, gritei com o Pedro, quis largar tudo e fazer à mão. Mas, em vez disso, fui na cozinha e tomei um copo d'água... três respirações profundas e voilá! A resposta para o que não estava dando certo apareceu! E nesse instante, as folhas estão sendo impressas com uma velocidade que eu seria incapaz de riscar manualmente. O bom de envelhecer é tirar lições, sabia? Hoje, tudo que vivencio consigo extrair da sit

Por mais prosa em 2015

Oi, blog! É bom estar de volta, mesmo que seja só de passagem, para lhe desejar um Feliz Ano Novo. Por falar em ano novo, neste que passou aconteceu algo esquisito, ou melhor, tudo que aconteceu foi esquisito... Acho que por conta disso, não trouxe expectativas para 2015, não fiz as minhas tradições de fim de ano, meus planejamentos, não fiz absolutamente nada! A virada mesmo tentei passar dormindo, mas meu vizinho e seu som estúpido não permitiram. Águas passadas. Blog, não lhe prometo nada para 2015. Não prometo que escreverei mais textos, que lerei mais livros e nem que serei uma pessoa melhor. Entretanto, tenho uma torcida para esse ano que se inicia. Torço que as pessoas sejam mais presentes umas nas vidas das outras, torço para que elas tenham menos ocupações e mais tempo para o ócio, torço para que elas voltem a ter assunto e conversar entre si, torço para um bug no Whatsapp. Além da parte financeira, que nunca esteve tão mal desde que eu administro minhas própria