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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Os 30 que mudaram a minha vida

A despeito do título já vou logo adiantando que ainda não sou uma balzaquiana e, portanto, os 30 que provocaram em mim uma mudança substancial não são os anos (estou próxima, mas ainda não cheguei lá). Também não são homens. Quem me dera tivesse histórias de 30 amores para contar. Mas se as tivesse já estaria com o sistema nervoso completamente comprometido.  Os 30 aos quais me refiro e que representam um marco na minha breve existência são 30 reais. Sim, nobre leitor. Quantos 30 reais você e eu já gastamos não é mesmo? Com coisas necessárias e outras nem tanto. Mas hoje ao caminhar por uma calçada e ver várias apostilas de concurso enfileiradas em frente à banca lembrei-me desse investimento de 30 reais feito em 2004 ou 2005 e que hoje me rendeu tudo (em termos materiais) que eu tenho. Decidi fazer o concurso para a Caixa Econômica Federal meio que no oba-oba. Todos os meus amigos estavam fazendo concurso e resolvi, meio que pra não ficar de fora, fazer também. Até então eu n

Pequenos prazeres

Dormir ouvindo barulho de chuva. Descalçar um sapato apertado. Acordar assustada porque o relógio não despertou e se lembrar que é domingo. Ouvir um eu te amo do filho inesperadamente. Olhar um passarinho no jardim. Tomar um banho quente em um dia frio. Cantar no chuveiro bem alto. Achar uma moedinha na rua. Chupar picolé de cajá com sal. Dormir de conchinha. Garanto que seria capaz de listar muitos outros.  Pequenos prazeres estão nos rodeando a todo momento e raramente os percebemos. Estamos tão encanados nos grandes prazeres que esquecemos dos cotidianos. Carro novo, viagem pra praia, viagem pro exterior, casa grande, roupas de marca, lugares sofisticados, comida requintada, corpão da hora e tudo o mais! Tenho tido o meu pequeno prazer especial. Voltei à minha infância e me recordo dos dias vividos no interior em que eu plantava e conversava com a plantinhas. Não tive outras crianças para brincar comigo, portanto, brincava sozinha no quintal. Observava

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É curioso o ato de se expressar. Quando criei o blog queria apenas escrever. Dizer o que penso, contar histórias, lorotar... Mas hoje o blog é meio incômodo para mim, pois, as palavras uma vez lançadas não há como recolhê-las. Estou passando por um hearthstorm (neologismo meu para brainstorm de sentimentos) e sequer posso escrever coisas sobre ele aqui, porque tudo que eu disser, poderá ser usado contra mim no tribunal. Mas são coisas fantásticas! Que não deveriam ficar presas em mim! Bem, na verdade, são fantásticas para mim, para outros podem ser fúteis, sinceras demais, óbvias, inescrupulosas, hipócritas... vai do lugar que cada leitor ocupa no contexto. Por exemplo, numa situação hipotética de traição. O traído tem um ponto de vista revoltado, o traidor suas desculpas (esfarrapadas) e o puto (ou puta) o seu lugar de omissão, tipo, não tenho nada a ver com isso. Há parte da plateia que diz "ah, isso é normal" e outra parte dizendo "joga pedra na Geni".

Óculos pra que te quero?

Perdi meus óculos. Para quem usa óculos sabe a tragédia que isso representa. Primeiro, um ultraje moral, porque é lamentável se precisar de uma ferramenta para suprir aquilo que naturalmente o seu corpo já não faz mais. Solidarizo-me com os usuários de muletas, bengalas, aparelhos auditivos e outros. A nossa completude está associada a um objeto e isso é triste. O outro lado é o fático: eu não enxergo sem óculos. Sim, sim, são apenas dois graus de miopia, mas para mim representa muito! Sair sem óculos? Nem pensar! Já tenho fama de metida enxergando as pessoas, se não vê-las então, tô lascada! Sem falar da agonia de ver tudo embaçado, desfocado, tremido, borrado... como preferir.  Comecei a escrever esse post por uma situação engraçada: coloquei meu óculos em algum lugar, mas não me lembro onde. Não enxergo de longe o suficiente para ver se está em cima da cama, ou da pia, ou do sofá e, portanto, saio tateando os móveis. Que tristeza, meu Deus! Uma jovem de 28 anos tateando móveis.