Pica-Pau: a babá moderna

Já paguei língua por um monte de coisa que falei. Quem nunca pagou, não é verdade? Mas a mais recente dela é o fato de relegar o meu filho à televisão. Eu confesso. O ideal seria brincar com ele de jogos educativos, no quintal, ou ler histórias... Acontece que é tão mais fácil deixá-lo entretido com o Pica-Pau. Toda criança adora Pica-Pau. Até hoje eu gosto (se bem que eu desconfio às vezes que meu lado criança e adolescente continuam latentes). Ele fica até uma hora inteira na frente da tevê rindo das travessuras do passarinho de topete vermelho. E uma hora em termos de Pedro Paulo é um recorde mundial. Quem o conhece sabe que é um pouquinho (muito) inquieto. Foi um trabalho árduo ensiná-lo a assistir televisão. Tudo começou com Patati e Patatá. Trouxe um dvd pirata da feira e coloquei no player há um ano mais ou menos. Foi amor a primeira vista! Aquelas cores, aquela música, aquelas crianças,... tudo tão lindo... mas durava tão pouco... no máximo, dez minutos. Daí passamos para o Chaves. Graças ao Cartoon Network ele podia desfrutar do Chaves quatro vezes ao dia. Era só eu andar para o lado da tevê que ele começa "Mamãe, pi-pi-pi. Mamãe, tá-tá-tááá!". Entre os favoritos estão também Dora, a Aventureira, A Galinha Pintadinha, Xuxa Só Para Baixinhos 2, Tom e Jerry, O Menino Maluquinho e WordWorld. Repetidos uma, duas, oito, trinta e três vezes ao dia. Decorei todas as músicas e falas dos personagens, mas tudo bem.

Eu não tenho mais televisão só para mim. Não sei quanto tempo tem que eu não assito a um filme ou um programa inteiro na tevê que não seja voltado para ele. Tá pensando que ser mãe é só ganhar presente no segundo domingo de maio? São coisas pequenas como o controle da tevê, uma parede rabiscada, uma panela amassada, um sofá rasgado, uma noite mal dormida, entre outras coisas, que dão sentido a esse relacionamento divino.

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