Valer a pena
Para começar a escrever esse texto eu pensei em fazer uma analogia com a fênix, que majestosamente renasce das cinzas e tem aquele tom apoteótico. Mas achei piegas demais. Depois pensei em retornar num tom meio descolado, de quem acabou de chegar de férias (maravilhosas) em Porto de Galinhas - ô lugarzinho bom, gente! Com um sotaque meio pernambuquês, num ritmo arrastado e descontraído. Entretanto, iria ficar meio forçado. Daí resolvi escrever hoje, que me encontro especialmente feliz. A troco de quê, dona Ana Paula Rosa, a senhora se permite estar feliz? Bem, percebi hoje cedinho que eu respiro (e durante o mergulho aprendi que devemos dar muito, mas muito valor ao oxigênio), não tenho unha encravada para me atrapalhar a calçar o tênis, não uso dentadura, posso tomar leite sem sentir qualquer desconforto intestinal, não preciso andar de transporte público coletivo e, de quebra, ainda tenho um emprego. É curioso isso, não? Ficamos tão entretidos em reclamar do que não temos que esquece...